SONETO DE AMOR
XLIV
XLIV
Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.
Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo todavia.
Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desditoso.
Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo.
PABLO NERUDA
( do pocketbook L&PM : Pablo Neruda - Cem Sonetos de Amor )
Eta, o amor acontece à toda hora!
ResponderExcluirQue coisa linda!
Estou seguindo-te aqui, Flávia.
beijão...
Coroa de Espinhos
ResponderExcluirCravaram-lhe uma coroa
Cravejada de espinhos,
Manchada com o seu sangue
Sob aplausos e risos de algozes.
Ele trouxe mensagens de esperança
Para um mundo povoado de hienas.
Os ferrolhos abriram o templo
Onde a hipocrisia asfixiava fariseus.
A caminho do Calvário
Ele se pôs a seguir.
A cada passo, um tombo,
Em cada tombo, uma mensagem,
Em cada chibatada, uma oferta de perdão.
Sua vinda iluminou mentes obtusas
Que antes se negavam a ouvi-lo,
Que mais tarde se negaram a escutá-lo.
Na cruz ele viu o mundo
E ofereceu-se em holocausto.
Seu último suspiro a humanidade
Ainda ousa não ouvir:
“Amai aos outros como a ti me
*(Agamenon Troyan)
Do livro “O Anjo e a Tempestade”.
Contato com o autor e editor do Fanzine Episódio Cultural: machadocultural@gmail.com